Críticas à avaliação sumativa

Paulo Santiago - um especialista da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) - defendeu recentemente que, entre os alunos mais novos, o ensino em Portugal devia estar mais focado na avaliação formativa, que consegue detectar as necessidades dos estudantes, do que na avaliação sumativa.

Estas críticas surgiram durante um encontro em Lisboa, acerca da avaliação no sistema de ensino, promovido pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e presidido por David Justino.

"A cultura da nota está instalada em Portugal e demora anos a mudar. Há a pressão dos pais que não entendem a mudança para as notas qualitativas. A avaliação formativa evita a excessiva atenção [centrada] nas notas e na classificação dos alunos, que infelizmente ainda acontece em Portugal, e permite diagnosticar as necessidades de aprendizagem dos alunos e oferecer um 'feedback' em tempo real".

Estas críticas surgem no âmbito de um estudo que a OCDE levou a cabo recentemente acerca das políticas nacionais de avaliação, aplicadas em 28 países. O estudo "Synergies for Better Learning: An International Perspective on Evaluation and Assessment" ("Sinergias para uma melhor aprendizagem: uma perspetiva internacional sobre avaliação") defende que é preciso encontrar "um equilíbrio entre formação formativa e sumativa". 

"Há uma espécie de caixa negra relativamente à forma como se faz a avaliação interna nas nossas escolas", afirmou David Justino, defendendo a complementaridade entre a avaliação formativa interna e a sumativa externa.