Porquê da Educação Emocional?








John Gottman, psicólogo americano, no livro Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos – 1997, p.21 diz o seguinte: “Devemos orientar os país e professores para serem preparadores emocionais”.

 Esta citação vem de encontro ao que acredito, o cuidar das emoções desde cedo como forma de prevenção e promoção tanto física como emocional. Quando trabalhamos Educação Emocional nas escolas, estamos a trabalhar prevenção, já que passamos uma grande parte de nossas vidas em ambiente escolar.
 

Por que não aprender a ser feliz na escola?

Se questionarmos aos pais “O que mais deseja para o seu filho?” A resposta comum é “Felicidade”. Mas será que estamos a criar os nossos filhos para serem felizes? Você cria o seu filho para uma vida com bem-estar e felicidade?

Ensinar e aprender a construção da vida feliz e equilibrada está relacionado a utilizar as forças pessoais nos projetos de vida, a ter otimismo aprendido, a possuir a forma certa de pensar, de resolver problemas, a manter laços afetivos com amigos e familiares e a ter a sensação de significado na vida.

Reflita: “Educa o seu filho assim?”

É parte integrante da Educação Emocional ter consciência dois próprios estados emocionais e dispor de recursos para gerir esses estados. Tornar-se emocionalmente educado é ser mais consciente sobre as próprias emoções, ser apto a lidar com as emoções perturbadoras e ser capaz de manter interações pessoais saudáveis.

O objetivo é prevenir psicopatologias decorrentes da inabilidade de lidar com as emoções, como ansiedade, violência, depressão, distúrbios alimentares, e problemas psicossomáticos.

 Todos os nossos comportamentos são aprendidos, assim como lidar com as emoções. Comportamentos que precisamos aprender e que usamos nas atividades para desenvolver a educação emocional:

  • exercícios de interiorização (respiração e relaxamento);
  • rodas de conversa;
  • escuta ativa;
  • contestação de pensamentos automáticos negativos;
  • otimismo aprendido;
  • empatia;
  • autocontrole
  • etc.

A educação emocional fundamenta-se em quatro palavras centrais:

Perceber-Nomear-Verbalizar-Comportamento

Perceber a emoção que está a sentir em si/no outro, nomear a própria emoção (si/outro), verbalizar adequadamente (si/outro) e decidir o que fazer (qual comportamento ter/perceber que o próprio comportamento interfere no comportamento do outro).
Recorda que é mais fácil modificar os planos de uma casa enquanto ele ainda está no alicerce ou na planta. O Bem-estar e felicidade podem ser construídos, por isso é importante que as atividades desenvolvidas sejam continuas, pois só através de atividades intencionais podemos construir o bem-estar.
 A neurociências tem mostrado que a experiência modifica o cérebro e somos capazes de transformar nosso mundo interno educando as nossas emoções. “plasticidade emocional”.
 A nossa sociedade atual não aprendeu a ser feliz. Não aprendemos a cuidar dos relacionamentos, não aprendemos que as próprias emoções refletem no comportamento do outro e muito menos a ter uma vida com sentido.
Vamos educar as nossas crianças e jovens para que possam ter bem-estar, e ter bem-estar consiste em lidar adequadamente com as emoções. Há muita gente que estuda nas melhores escolas, com excelentes resultados e não aprenderam a cuidar da sua saúde emocional; por isso, essas pessoas são infelizes.

Conhece algum caso assim? Decerto que sim.

O saber lidar com as emoções é o melhor presente que podemos dar as nossas crianças e jovens. Ensinar formas de expressar as emoções de maneira adequada, dentro dos limites. Ensinemos, também, que a gratidão e o otimismo formam o caminho que nos leva á felicidade e bem-estar.
A sociedade não nos ensina a estar contentes com o que temos, e sim a querer sempre mais, e mais, e mais…. Assim, nunca estamos felizes com a vida que temos e vivemos em constante competição em vez de cooperação.
Não aprendemos a agradecer pelas coisas pequenos ou grandes que acontecem na nossa vida. Volto a questionar:

“Será que estamos a criar os nossos filhos para serem Felizes?”
Fica a Reflexão.
Sejam Felizes!

Paula Maia Licenciada em Psicologia, Especialista em Gestão Emocional, Coach Mentora e Formadora na área do desenvolvimento pessoal e saúde emocional.