A Formação, as competências e o mercado de trabalho

Sendo Portugal um dos países com desemprego mais elevado dentro da OCDE, especialmente ao nível dos mais jovens (33,5% em Julho), a Comissão Europeia veio colocar o dedo na ferida através de um estudo que visa apurar o nível de execução do programa europeu "Garantia Jovem". As conclusões não são as mais positivas e criticam a ausência de uma estratégia para ligar as competências dos alunos ao mercado de trabalho.

Essa ausência de estratégia, em Portugal, esta será uma das razões que justifica a reduzida taxa de empregabilidade nos licenciados. O estudo refere como exceção a reforma dos institutos politécnicos. Ou seja, apesar de se assistir a um crescimento no número de jovens licenciados, este não se repercute proporcionalmente na taxa de empregabilidade.

Em linha com este estudo foram publicadas recentemente as conclusões do estudo Hays Global Skills Index 2014, um relatório publicado em colaboração com o Oxford Economics, que analisa as dinâmicas que influenciam o mercado de trabalho qualificado em 31 grandes economias mundiais. 

Segundo Paula Batista (Diretora de Managing da Hays Portugal) : "A economia Portuguesa mostra os primeiros sinais positivos de recuperação e o mercado de trabalho parece estar a recuperar o seu dinamismo, com as estatísticas de emprego a melhorar gradualmente. No entanto, ainda existem alguns problemas estruturais que precisam ser resolvidos coletivamente, sendo um deles a grave incompatibilidade de talentos que pode estar a impedir que empresas e profissionais possam tomar o próximo passo na implementação de planos mais ambiciosos para o futuro. Reajustar o conjunto disponível de talentos tendo em conta as necessidades atuais do mercado, será provavelmente o maior desafio para os próximos anos."

Este é um tema que deveria preocupar as entidades responsáveis pela estratégia de formação em Portugal e que vai ao encontro de muitos outros estudos, que no passado concordaram com as mesmas conclusões. Agora que se aproxima um novo ciclo de investimentos na formação financiados pelo estado e por fundos europeus, será talvez uma boa oportunidade "para corrigir a mão".