Portugueses contentes com a formação

A formação e os estudantesEste é o título que o Jornal de Negócios publicou, acerca de um estudo realizado pela rede de universidades Universia e o www.trabalhando.com (um portal de emprego) e que pretendia "apurar as opiniões dos estudantes universitários em relação à formação e ao trabalho". Este estudo de âmbito internacional, 5867 pessoas oriundos de 10 países maioritariamente da América Latina e sul da Europa, revelou um grau de satisfação dos estudantes portugueses superior ao dos seus congéneres (73% contra 63%).

Este inquérito revelou que 48% dos inquiridos trabalham, - 87% estão sob dependência hierárquica - mas 78% não têm um plano de formação definido em conjunto com a entidade empregadora. O que vem confirmar o atraso de Portugal face aos seus parceiros europeus, onde a formação é entendida como parte integrante da relação entre o empregador e o empregado. Isto apesar de, em Portugal, a formação nas empresas estar regulamentada e obedecer a uma legislação que impõe a obrigatoriedade de 35 horas anuais, por trabalhador.

Apesar de os números da formação se encontrarem aquém do desejado, 84% dos inquiridos consideraram que aprenderam com a experiência profissional e com o ritmo de actividade das empresas onde trabalharam. Desses, 30% consideram-se satisfeitos com a formação recebida e 28% declararam-se insatisfeitos com a evolução do seu know-how.

Um dado interessante tem a ver com o entendimento de quem deve ser responsável pela formação: se a empresa, ou o trabalhador através de uma formação complementar. A percentagem de inquiridos que manifestaram esta opinião é de apenas 27%. O que contrasta com a situação de outros países europeus, onde a formação é entendida como uma ferramenta de valorização pessoal e profissional e que não depende exclusivamente do papel do Estado ou das empresas.