Que profissões no futuro? E que formação?
Segundo o Diretor do CEDEFOP, James Calleja, “Os nossos resultados permitem que tenhamos uma visão quanto à escassez de recursos humanos qualificados na Europa e o nosso método é uma peça vital para um panorama antecipado das competências.”.
Um Cenário Variado
Na Europa as cinco profissões com maior escassez de recursos humanos situam-se ao nível dos profissionais das STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), enfermeiras, parteiras e professores. Porém a situação varia de acordo com os países. Com exceção da Finlândia, todos os Estados Membro têm necessidade de profissionais das TIC, sendo que a Bélgica, Grécia, Espanha, Hungria, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Portugal e Reino Unido, não têm escassez de professores.
Outras profissões são também uma preocupação para vários países. Estónia e França enfrentam a necessidade de profissionais do direito. A Irlanda, Hungria e o Reino Unido têm escassez de profissionais na área financeira e a Itália necessita de arquitetos paisagistas.
Motivos Mistos
A necessidade de profissionais das TIC está a aumentar porque a maioria dos sectores económicos necessitam daquelas competências, da mesma forma que os profissionais STEM são necessários em diferentes campos, incluindo nas competências emergentes como a produção de veículos elétricos.
A oferta de Recursos humanos com formação aos níveis médio ou superior nas áreas das TIC ou STEM é insuficiente, e poucos jovens estudam presentemente nas áreas STEM, sendo que os requisitos de acesso são elevados e a taxa de participação feminina baixa.
Existem também alguns países onde se verifica a fuga de “cérebros” daqueles profissionais, na medida em que emigram visando encontrar melhores empregos.
Também o envelhecimento da população europeia está a provocar a escassez de qualificações nos profissionais da saúde e professores, porém de uma forma diferente. É esperado que muitos professores se reformem na próxima década e a escassez surge pela falta de substitutos. Quanto às profissões relacionadas com a saúde, o referido envelhecimento da população cria a necessidade de profissões como assistência social e cuidados médicos.
Desincentivos
A escassez de qualificações surge também por outros motivos, como ambientes de trabalho pouco atrativos ou stressantes e a queda das remunerações associadas, podem desencorajar a entrada em determinadas profissões.
Em alguns países o ensino tem uma imagem negativa e os salários são baixos. Profissões ligadas à saúde exigem trabalho por turnos e aos fins de semana, tendo também grande rotatividade de pessoal, sendo que, um número crescente destes profissionais trabalha em sectores com melhores condições de trabalho, tais como a biotecnologia e farmacêuticas. De forma semelhante muitos profissionais STEM, optam por profissões fora destas áreas.
Ações dos países
Para reduzir a escassez de qualificações, os Estados Membro procuram elevar a oferta das qualificações de que necessitam. Alterações têm vindo a ser feitas na educação e na formação, e esforços estão a ser feitos para se recorrer às reservas de recursos existentes, bem como a elevação da qualidade das competências e dos recursos.
Mais pessoas, especialmente mulheres estão a ser encorajadas a estudar nas áreas das TIC e das STEM. Estão a ser realizados esforços no sentido de aproximar quem procura emprego das empresas que apresentam escassez de qualificações, visando a formação dos mesmos. Também está a ser desenvolvida formação acelerada para empregados e desempregados, no sentido de os qualificar nas áreas onde há escassez de qualificações.
Para mais detalhes quanto à escassez de qualificações específica de cada Estado membros, vá a Skills Panorama
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