Aprender a “cores”…

Fico admirado com a quantidade de informação que os jovens estudantes têm que assimilar. São livros e livros preenchidos de conhecimento em doses que me deixam "atordoado". Tal não acontece apenas com os adolescentes, mas também com as crianças a partir do 1º ciclo. Com isto pergunto-me, o que estamos a premiar? A quantidade de factos e fórmulas que os nossos jovens decoram para mais tarde esquecer... Ocorrem-me os tempos da televisão a preto branco, a falta de cor... vemos tudo pela mesma medida, todos têm que saber a mesma coisa, a mesma quantidade e da mesma maneira. Não favorecemos a diferença. É preciso compreender que somos todos diferentes e que aprendemos de forma diferente e a ritmos diferentes. 

Precisamos de um ensino a “cores” no qual possamos privilegiar a criatividade e a responsabilização pela aprendizagem de cada jovem estudante. Precisamos cada vez mais de educadores que compreendam que aprender se faz através das relações e dos relacionamentos e que isto é muito mais importante do que o volume de factos e fórmulas. Para uma aprendizagem bem-sucedida precisamos de métodos inovadores e coloridos com educadores “tecnicolor”, também eles a pensarem fora da caixa e que valorizem o individuo em detrimento do coletivo. Acredito que só ganhamos o coletivo quando ganhamos cada aluno, e um de cada vez.

Acredito que os professores em Portugal são o melhor que nós temos, possuem acesso às melhores correntes de pensamento e metodologias, mas trabalham dentro de um sistema que continua a privilegiar a quantidade e a standartização da educação, ou seja uma educação a "preto e branco". Conheço e trabalho com muitos deles em inúmeros projetos e por isso sei que a mudança está para breve.

Viva a Educação "Tecnicolor"!

João Dias, CEO Advance Station