Mas afinal...o que é ser formador?








O que é necessário para ser formador?

De acordo com o dicionário, formador é aquele que forma. É aquele que ministra a aula, sessão ou curso, e transmite conhecimentos profissionais, de forma a introduzi-los, ou mesmo atualizar e desenvolvê-los. Mas ser formador é só isto? É necessário adquirir um conjunto de conhecimentos, de forma a poder consequentemente transmiti-los a terceiros. “Necessário” pode ser considerada a palavra correta, mas será suficiente? Isto leva-me a questionar: o que é ser formador? O que é necessário para ser formador?

Ao tentar encontrar e conhecer diferentes experiências e perspetivas, é possível encontrar na web vários testemunhos que retratam as experiências de formador. De acordo com Marco Gouveia (2020), quem ensina, aprende tanto como quem está a ser ensinado. Mas, a função de formador não é apenas formar? Este pode ser um mal-entendido que muitas vezes pode distinguir o razoável da excelência. Após a leitura desta experiência em particular, não pude deixar de partilhar a seguinte citação:

“A um formador não cabe apenas o papel de professor, mas também de líder. Um líder que não estará, nunca, acima dos seus formandos, mas ao seu lado. (...) Tento deixar bem claro que o que mais prazer me dá não é apenas transmitir-lhes todo o meu conhecimento, é igualmente aprender com eles. Portanto, todas as suas dúvidas podem ser uma aprendizagem para mim, (...) não há problema algum em por vezes responder “não sei, vou investigar” perante uma sala cheia. A humildade e a empatia dão-nos tanta credibilidade como o conhecimento” (Gouveia, 2020).

Pode-se concluir, através desta e de outras experiências, que a formação de formadores é fundamental para a obtenção do estatuto, e a licença de formador. No entanto, estas competências pessoais, psicológicas, de gestão de recursos humanos, de relações pessoais, acabam por ser fundamentais durante este percurso de aprendizagem, e irão certamente contribuir para um maior número não só de formadores capazes, como também de formandos satisfeitos.

Quais as competências necessárias?

 

A necessidade de o formador desenvolver vários tipos de competências está inclusivamente explícita no Guião de Formação Pedagógica Inicial de Formadores, do IEFP. Várias competências devem ser desenvolvidas e postas em prática, tais como:

Gestão das Relações Interpessoais (cooperação, trabalho em equipa, motivação, coordenação de trabalho);

Características Individuais (autonomia, assertividade, flexibilidade, resolução de problemas, espírito de iniciativa e de inovação, capacidade criativa e empreendedora, comunicação);

Conhecimento consistente do Sistema Nacional de Qualificações, nomeadamente das diferentes modalidades de Educação e Formação Profissional;

Domínio de Plataformas e Redes de Interação Online;

(Instituto do Emprego e Formação Profissional, I. P., 2013)

 

O formador acompanha o percurso profissional do formando. Sendo assim, necessita de estar a par das obrigações e necessidades do mercado de trabalho e profissional. Quais as características necessárias, quais as competências que são consideradas como uma mais-valia? Quais são os conhecimentos indispensáveis de forma a exercer cada função, de cada área específica? Para as profissões, não existem barreiras em relação ao tipo de conteúdos e à diversidade das áreas do conhecimento.

É por este e outros motivos, que se deve apostar na formação de formadores. Ao perspetivar a formação como um processo bidirecional, estamos a reconhecer vantagens para ambos os lados, tanto para o formando, como também para o formador. Num universo profissional e de trabalho repleto de informação e de novas oportunidades, a competitividade com que nos deparamos leva à necessidade de nos formarmos, de nos desenvolvermos, e de sentirmos a necessidade de vir a ser a solução, e não só mais um peixe no oceano.

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