25 anos de Portugal Europeu

A Fundação Francisco Manuel dos Santos apresentou esta semana os resultados de um estudo de investigação que visa: "permitir uma compreensão das transformações ao longo dos primeiros 25 anos de plena integração na União Europeia, à luz da economia, da sociedade e dos fundos estruturais". É conhecida a forte influência que estes fundos tiveram no impulso da formação profissional em Portugal, assim procurámos extrair deste estudo alguns dos pontos em destaque, relativos à formação.

Dos diversos fundos que ajudaram Portugal neste período, destaca-se o Fundo Social Europeu, o qual entre 1989 e 2011, atingiu o montante global de cerca de 18 mil milhões de euros, a preços constantes de 2011. A contrapartida nacional a este fundo teve essencialmente origem em dinheiros públicos, em cerca de oito mil milhões de euros. O volume de investimento privado associado ás intervenções entre 2000 e 2011 é inferior a 600 milhões de euros. 

Somando o financiamento da União Europeia, a contrapartida pública nacional e a contrapartida privada nacional, o investimento no país financiado pelo Fundo Social Europeu ascendeu a cerca de 26 mil milhões de euros entre 1989 e 2011 (Gráfico C.9).

Fundo Social Europeu - investimento entre 1989 e 2011 

Numa análise mais pormenorizada, verifica-se que:

  • As áreas relacionadas com a aprendizagem ao longo da vida e a transição para a vida ativa são as grandes beneficiárias dos apoios comunitários do Fundo Social Europeu, representando uma parcela nunca inferior a 40% das verbas executadas. Este domínio de intervenção abrange, designadamente, os cursos de formação e educação de adultos, reconhecimento e validação de competências, qualificação de ativos empregados, formação para desempregados, realização de estágios profissionais e curriculares, bem como a formação específica ministrada na área das tecnologias de informação e comunicação;
  • A qualificação inicial de jovens equivale a cerca de 30% do total do  financiamento do Fundo Social Europeu concedido ao longo do período, agregando os investimentos relacionados com o sistema de aprendizagem, o ensino profissional, as escolas tecnológicas, a educação e formação de jovens e cursos de especialização tecnológica;
  • Os investimentos associados à formação avançada, nomeadamente pagamento de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, bem como o apoio ao emprego científico por via da inserção profissional de doutorados em entidades públicas e privadas com atividades de I&D, representam cerca de 10% do apoio total concedido por via do Fundo Social Europeu entre 1989 e 2011;
  • No conjunto, as medidas dirigidas ao desenvolvimento social, à inclusão  de grupos desfavorecidos e à igualdade de género, bem como as medidas dirigidas à criação de emprego congregam cerca de 14% do financiamento estrutural apoiado pelo Fundo Social Europeu.

Até ao final de 2011, 42% deste fundo estrutural foi executado por serviços ou fundos autónomos da administração central, 31% por organizações sem fins lucrativos e 16% por empresas privadas. O perfil de entidades apoiadas reflete, assim, o forte apoio do Fundo Social Europeu às políticas públicas de educação e de formação a nível nacional.

Repartição dos fundos do FSE por área de intervenção

No âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional, as médias até 2011 contabilizam 158 mil formandos por ano no domínio da qualificação inicial de jovens e 616 mil formandos por ano na qualificação de adultos. Acrescem a estes números os 42 mil participantes por ano em programas dirigidos à promoção da inclusão social e à integração no mercado de trabalho de públicos desfavorecidos, os mais de 17 mil beneficiários de estágios profissionais por ano, os cinco mil bolseiros de formação avançada por ano e os cerca de cinco mil beneficiários de políticas de apoio à criação de emprego.