Efeitos nefastos do álcool na formação e educação dos jovens

Portugal é o segundo país do Mundo com maior consumo de álcool.Portugal é o 2º país do mundo com maior consumo de álcool entre a população com 15 ou mais anos de idade, segundo dados da OCDE - Health Data referentes a 2009 (12,2 litro per capita). Este é um número que não julgávamos possível face à evolução da sociedade portuguesa nos últimos 40 anos, mas os números não enganam.

Apesar do decréscimo observado em todo o Mundo com especial destaque para os países da OCDE, Portugal não consegue fugir da cauda do pelotão. Os números associados ao consumidor mais jovem que em lugar do vinho prefere a cerveja, bem como as bebidas com uma taxa de álcool superior, são os mais preocupantes.

Segundo um estudo promovido pela OMS - HBSC 2010, em Portugal 14,8% dos jovens que frequentam o 10.º ano de escolaridade consomem cerveja todas as semanas/meses e 18,9% consomem bebidas destiladas. Dos jovens entrevistados, 19% afirma já ter experimentado o estado de embriaguez 1 a 3 vezes. 

As razões invocadas para a adesão dos jovens a estas práticas são fundamentalmente a optimização pessoal e social e a gestão das dificuldades. As conclusões deste estudo referem que os jovens tendem a iniciar o consumo do álcool cada vez mais cedo, sendo que as primeiras experiências ocorrem antes dos 13 anos, para 13,8% dos inquiridos.

Para além dos efeitos nefastos a curto e médio prazo sobre a saúde destes jovens, existe outra consequência também importante. Cada vez são aqueles que frequentam as aulas sob o efeito do álcool, dificultando a sua aprendizagem e afectando o rendimento do grupo. O consumo de álcool entre os jovens é um hábito negativo, principalmente por três motivos: 

  • O adolescente tem dificuldade em controlar o consumo e cai facilmente no exagero por influência do seu grupo de amigos.
  • O cérebro do jovem (bem com outros órgãos) encontra-se em fase de amadurecimento e como tal os riscos para o seu desenvolvimento são grandes, pondo em causa a sua prestação académica. 
  • Existem estudos que associam a dependência do álcool com a idade em que se iniciou o seu consumo, quanto mais precoce pior.

Como lidar com o problema?

A família é uma parte importante na prevenção e resolução do problema do álcool. Para os jovens o exemplo familiar é uma forte causa no incentivo ou desincentivo em relação a estas práticas, assim é fundamental regrar o seu consumo na presença dos jovens.

Quando o jovem cai da dependência o álcool é importante que a família e os seus professores compreendam a necessidade de procurar ajuda externa. Esta atitude de distanciamento, e a substituição da família pelo apoio de terceiros, é difícil mas importante no processo. Acima de tudo há que libertar o jovem do circuito vicioso de recriminação / afastamento /  reincidência em que o circulo familiar regra geral tende a cair.

O apoio aos jovens é diferente dos adultos e envolve habitualmente, diversas áreas (psiquiatra, psicólogo e outros). Em certas situações críticas o internamento em centros especializados pode ser uma alternativa.

De qualquer modo do ponto de vista do formador / professor o primeiro passo passa pelo diálogo com a família.